A Agência Espacial Norte-Americana, NASA, confirmou na última semana que a sonda Phoenix, enviada em agosto de 2007, encontrou fortes indícios de gelo em solo marciano. Imagens por satélite revelaram uma mancha branca em um dos pólos do planeta, resultado da camada de gelo. Após a nave não-tripulada aterrisar e explorar o local, a mancha teria desaparecido com a evaporação do gelo. Segundo especialistas, o processo de evaporação não seria possível caso se tratasse de sal.

Coordenador geral do projeto, o engenheiro brasileiro Ramon Perez de Paula trabalha há 27 na NASA e é um dos principais responsáveis pela missão. Na base da agência, em Washington, ele revelou que o maior temor da equipe era o momento do pouso. Em 1999, a sonda Polar Marte enfrentou problemas e acabou destruída no impacto com o solo marciano. Para simular erros e reparos, foi construída uma reprodução do que seria o planeta vermelho, com direito a uma réplica perfeita da sonda Phoenix.

O paulista Nilton Rennó é outro brasileiro envolvido no projeto, é dele a teoria de que quando a sonda pousasse, os jatos propulsores iriam revirar o solo marciano e expor a camada de gelo, que se encontrava no subterrâneo. As primeiras fotos tiradas pela sonda colocavam a teoria de Rennó em cheque, mas uma segunda inspeção abaixo da nave constatou uma camada branca. O cientista também é responsável pelo grupo que estuda os movimentos da areia e poeira do planeta vizinho.

A NASA pretende descobrir agora se algum dia existiu água em estado líquido em Marte, vital para o desenvolvimento de qualquer tipo de vida. Para Ramon, a expedição da Phoenix tem um significado muito mais amplo do que se imagina. "É um pequeno passo para entender um pouco mais a nossa história e como podemos usar isso para beneficiar nosso meio-ambiente, para proteger a Terra e dar mais informações à humanidade de como tratar esse planeta."