17/07/2008
Coisinhas
Sabe uma coisa que eu odeio? Gente que não se assume.
Puta que finge que é santa, santa que finge que é puta, ladrão que finge que é honesto, f.d.p que quer fazer o bom-caráter, invejosa (o) que quer pagar de simples admiradora (or), entre outros exemplos não menos escrotos e igualmente hipócritas.
Assumam-se! Tenham coragem de ser quem vocês são, ora bolas! Tenham ao menos algo de que se orgulhar.
Pior do que serem falsos com o mundo, essas pessoas são falsas consigo mesmas. E “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”, já diria o Renato Russo (tem que cantar a frase, senão não vale!)
Não sou nenhum exemplo de virtude, e o grande negócio é que nunca quis e não quero (-deus-me-livre-e-guarde) um dia vir a ser exemplo de alguma coisa, para alguém. Se a pessoa me toma ou tomou como exemplo, problema dela. Fazer o que? Afinal, gosto não se discute, certo?
Mas o que quero dizer com todo esse blábláblá é que não tenho a mínima intenção de ser nada, pra ninguém. Nunca tive.
Ok, talvez eu queira ser inesquecível.
Por bem ou por mal.
Mas, de resto, não tenho grandes pretensões, não. Sou quem sou. Gostem ou não.
Amem-me ou deixem-me.
E se o caso for deixar, deixem-me MESMO. Deixem-me em paz, por favor.
Digamos que eu simplesmente tenha desistido de tentar agradar a quem quer que fosse há muito tempo. Porque vi logo cedo que se tratava de um trabalho inútil, vazio.
Sempre haveria de ter um insatisfeito e ele sempre iria te cobrar, te espinafrar e dizer-se decepcionado. No matter what.
É realmente ruim decepcionar quem se ama. Mas o pior de tudo é quando a pessoa não enxerga ou entende que você fez tudo o que pôde.
Era seu limite.
Não foi o bastante?
Sorry.
Não há nada que se possa fazer.
Everybody hurts, sometimes (estou cheia das citações musicais, hj)
Cada um que lide com as próprias frustrações e limites.
Nunca fui inflexível, sempre tentei melhorar. E mudei muito, aprendi demais com as cabeçadas que dei na vida. E dei muitas, acreditem. Mas mudei, não porque queria agradar, mas porque achei que realmente pudesse ser alguém melhor.
As mudanças que fiz, sempre foram para mim e por mim. Porque me desagradavam certos medos, fobias, manias, traumas e trejeitos que eu tinha. Eu tenho o poder de me auto- irritar
Sou um carrasco de mim mesma.
Essas coisinhas me afastam de pessoas queridas, me impedem de amar e ser amada, de desfrutar a felicidade em sua totalidade, ainda que brevemente.
Mas eu venço cada uma delas… à duras penas.
Porque me respeito, porque não quero me auto-sabotar. Porque tenho direito de ser feliz.
Sou sincera demais para viver sob o auto-engano, como se nada estivesse acontecendo.
Não posso.
Não consigo.
A sensação, quando me auto-engano, é a de que há uma outra cabeça ou membro nascendo em mim, por exemplo.
Durante um tempo pode até passar despercebido, mas depois, fica impossível conviver com aquilo.
Aquele cancro, aquela anomalia. Ele precisa ser extirpado.
E isso dói. Dói muito...
Eu pareço uma pessoa fácil de se conviver, mas se você realmente me conhecer vai ver que sou difícil.
A ponto de, às vezes, eu querer desistir de mim mesma. Eu me sufoco e muitas vezes não assumo sentimentos nada bonitos que tenho, nada cool ou legais.
O lado escuro da minha alma é mais assustador do que eu possa admitir. Muitas vezes me odeio por isso.
Odeio gente quem não se assume como é, já disse.
E eu sou desgraçadamente humana.
Eu sou uma mulher muito, muito complicada.
Mas ninguém imagina isso.
Meus demônios estão bem escondidos sob a armadura da garota sempre bem humorada e durona, pronta pra qualquer coisa, a Kate Mahoney tupiniquim. Com alguns bons centímetros a menos e muita cara-de-pau a mais.
Mas, se tem alguma coisa que minha mãe me ensinou (dentre tantas outras) foi: encare e arque com as consequências de suas próprias escolhas, tenham sido elas boas ou ruins. Não se lamente. O que se planta, se colhe. (é como seu eu pudesse a ouvir aqui no meu ouvido falando)
É algo lógico. Não busque ajuda, aguente até o fim, afinal, foi VOCÊ quem escolheu aquilo. Ninguém te coagiu, forçou, obrigou.
Ninguém.
Nem mesmo as circunstâncias ou a vida. Você é reponsável por TUDO o que faz, pensa ou escolhe.
Você e mais ninguém. Sempre há escolha.
Sempre!!
Eu cumpri a ordem à risca. Encarei e assumi cada uma das boas e más escolhas que fiz nessa louca vida.
Gargalhei, vibrei, comemorei, usufrui - ainda usufruo-… e sofri, penei, paguei - e ainda pago - por cada uma delas.
Boas e ruins.
E quer saber?
Isso é liberdade. Liberdade é poder olhar à sua volta e, não importa o que você encontrar, dizer para si mesmo: Fui EU quem quis isso.
Liberdade é só fazer o que se quer. E arcar com isso. Seja como for.
A liberdade é meu último refúgio. “forcei-me à liberdade e agüento-a não como um dom mas com heroísmo: sou heroicamente livre”
Eu sou livre.
E você, é?
Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br/redacoes/1078361
Post feito pelo Girlrock às 12:52
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